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Setor de etanol do Brasil aposta em menor pegada de carbono para competir com os EUA no Japão
Unica defende que autoridades japonesas criem política de biocombustível com meta baseada em emissões de carbono
Publicado em 27/03/2025 às 14h07
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No fim de 2024, o Japão anunciou que elevará sua mistura de etanol à gasolina a 10% em 2030
Foto: Wenderson Araujo/CNA
A comitiva brasileira que foi ao Japão buscou convencer as autoridades do país asiático a priorizar o etanol do Brasil no novo mandato de mistura do biocombustível à gasolina, com o argumento de que o produto tem a menor pegada de carbono do mercado. A estratégia faz frente à recente pressão do presidente americano Donald Trump para fornecer etanol ao Japão.

No fim de 2024, o Japão anunciou que elevará sua mistura de etanol à gasolina a 10% em 2030 e criará o mesmo mandato para o bioquerosene de aviação como estratégia de descarbonização. O país também olha com atenção para o desenvolvimento de motores a etanol para navios. O Japão já misura na gasolina o ETBE, feito de etanol com isobuteno, do qual o Brasil é um grande fornecedor.

O anúncio reavivou a competição entre Brasil e Estados Unidos. Em fevereiro, Trump recebeu o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, em Washington, e expressou o desejo de exportar etanol americano para reduzir o déficit comercial com o Japão.

Segundo um alto executivo de uma empresa brasileira de etanol, há receio de que a nova política japonesa de biocombustível acabe beneficiando mais o produto dos Estados Unidos do que o do Brasil.

Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), defendeu que o Japão adote “meta baseada em emissões, e não em volumes”. Se o Japão usar apenas etanol americano no novo mandato, o impacto na redução de emissões será de apenas “metade ou um terço” do que se abastecer apenas com etanol brasileiro, disse Gussi, que está em Tóquio..

Do lado ambiental, o etanol brasileiro tem vantagem sobre o americano, já que, em média, o biocombustível do Brasil emite 20 toneladas de carbono equivalente por megajoule de energia gerada, enquanto a intensidade de carbono média do etanol americano está em 50 toneladas de carbono por megajoule de energia.

Com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem em Tóquio, o primeiro-ministro japonês citou os biocombustíveis do Brasil como de “alta qualidade”.

Para reforçar a preferência pelo etanol brasileiro, a Unica assinou ontem um memorando de entendimento com o Instituto de Economia da Energia do Japão (IEEJ).
Camila Souza Ramos e Shinichiro Nakaba
Fonte: Globo Rural
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