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Publicado em 03/02/2022 às 09h22
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A produção da cana-de-açúcar no Brasil pode dobrar até 2030 apenas com ganhos de produtividade a serem obtidos com tecnologias que o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) está desenvolvendo, disse ontem o CEO da Copersucar, João Teixeira, durante o Latin America Investment Conference, evento organizado pelo Credit Suisse.

"Com a adoção de novas variedades e da semente como forma de plantio, podemos dobrar a produção da cana com a mesma terra que está sendo utilizada hoje", afirmou. Ao lado de Raízen e outras usinas, a Copersucar é uma das sócias no CTC.

Nos últimos anos, porém, a produtividade média da cana não evoluiu no Brasil - de acordo a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), ela oscilou entre 67 e 76,9 toneladas por hectare na última década. Particularmente nesta safra 2021/22, o rendimento agrícola sofreu forte queda com a série de problemas climáticos - seca, geadas e incêndios nos canaviais - que atingiu o Centro-Sul do país.

O projeto de sementes de cana, um dos mais promissores para alavancar a produtividade agrícola, deve dar mais um passo significativo em 2023, quando começará o primeiro projeto-piloto de plantio, anunciou Teixeira. "Todo o processo tecnológico está dominado. O desafio de desenvolver a cápsula que vai proteger a planta está pronto", disse.

Uma das vantagens do plantio com sementes, que permite que o canavial seja totalmente replantado a cada safra, é a redução de custos. "Hoje, depois do corte, deixa-se o broto da cana germinar de novo. Mas, na cana de segundo corte, há perda de produtividade de 20%, e depois de mais 20%, até que se decide que faz sentido fazer um novo investimento de capital para começar um broto original. O processo de plantio via sementes muda essa dinâmica".

O executivo ressaltou ainda que o CTC tem levado ao mercado suas novas tecnologias de variedades de cana de forma "rápida". A empresa foi a primeira no mundo a obter patente e comercializar cana transgênica resistente à broca-da-cana. Atualmente, já há variedades adaptadas a diferentes regiões do Brasil.
Fonte: Valor Econômico
Texto extraído do boletim SCA
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