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Líder dos caminhoneiros diz que, com aumento no combustível, trabalhadores do transporte estão "morrendo"
Publicado em 11/03/2022 às 15h33
Para o sindicalista Wallace Landim, o Chorão, presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (ABRAVA), o aumento no preço dos combustíveis anunciado pela Petrobras (PETR3; PETR4) na quinta-feira (10), indica que "os trabalhadores do transporte estão ´morrendo´".

Segundo Chorão, "a escalada de alta dos combustíveis e a perda do poder de compra, decorrente da inflação" causaram essa ´morte´ do setor, que passa por cada vez mais pressão para continuar funcionando.

"Quando olhamos para os trabalhadores do transporte (caminhoneiros, motoristas de aplicativos, condutores escolares etc.) percebemos 3 grandes contas a serem pagas: 1- As contas de casa: aluguel, comida, remédios, luz, água etc; 2- O diesel e gasolina sem ele o caminhão, o carro e a van escolar não andam; 3- A manutenção do caminhão, do carro e da van escolar: revisão de freios, suspensão, troca de óleo, pneus, etc.", afirma.

A nota diz que "quando pensamos em prioridades nos gastos qualquer um vai primeiro colocar comida na mesa de sua família, depois abastecer e somente se sobrar vamos para manutenção veicular".

Um dos exemplos mais latentes são os motoristas do Uber que, desde o ano passado, reclamam do preço da gasolina e do repasse considerado baixo que recebem.

Ao Money Times, o presidente da Associação dos Motoristas por Aplicativos de São Paulo (AMASP), Eduardo Lima, disse que a situação para os motoristas não é mais sustentável.

Em entrevista na quinta, Chorão defendeu que "o governo precisa ter coragem de retirar o Preço de Paridade de Importação (PPI)", adotado na gestão de Michel Temer (MDB), em 2016. A nota também fortalece o posicionamento do líder dos caminhoneiros.

"Não há nada de surpresa nesse novo reajuste, já falamos inclusive que [isso ocorre] graças a política de preços adotada pela Petrobras de paridade com o mercado internacional", diz.

O PPI faz com que a Petrobras faça seus cálculos levando em conta a precificação dos combustíveis no mercado internacional. Ou seja: com o dólar alto, a gasolina tende a ficar mais cara.

A Abrava ainda afirma que "este aumento ocorre em menos de dois meses do último". É por isso que a visão da associação não é otimista em relação aos preços do diesel, da gasolina e do gás de cozinha. Segundo a nota, mais aumentos devem acontecer em breve.

"Ou seja, o brasileiro não tem um minuto de paz", diz. "Estamos caminhando para mais sofrimento da população com mais aumento de preços o que por lógica levará ao aumento de brasileiros a ficarem abaixo da linha da pobreza em detrimento de lucro da Petrobras. Acho que o momento cabe a pergunta feita por tantos anos no seriado Chapolin Colorado: ´E agora quem poderá nos defender?´", continua.
Tamires Vitorio
Fonte: Money Times
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