União Nacional da Bioenergia

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Gordura animal é opção de baixo carbono para a produção de biodiesel
Publicado em 31/08/2023 às 10h14
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No cenário da busca constante por fontes de energia mais limpas e renováveis, os biocombustíveis emergem como uma promissora alternativa ao uso das versões fósseis. Quando se fala em combustível de baixo carbono, logo vem à mente a cana-de-açúcar, o milho, a soja e outras leguminosas e oleaginosas, mas as gorduras de origem animal vêm ganhando espaço enquanto matéria-prima para o biodiesel, bioquerosene e diesel verde.

Considerados resíduos da atividade pecuária, a gordura proveniente do abate de animais, sobretudo o sebo bovino, oferecem insumos de menor custo e colabora com a redução dos impactos ambientais. O uso em biocombustíveis reduz os impactos da pegada de carbono do diesel e do querosene e evita que sejam descartados no meio ambiente. As possibilidades são tantas que também podem ser usados os óleos de peixes, aves, banha de porco e até óleo usado de cozinha.

O Ministério de Minas e Energia (MME) apoia e desenvolve políticas públicas para fomentar os ganhos de eficiência energética e de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa na produção, comercialização e uso de biocombustíveis. Uma delas é o RenovaBio, instituído pela Lei nº 13.576/2017, que tem como objetivo promover a expansão dos biocombustíveis de baixa pegada de carbono na matriz energética nacional. A iniciativa está alinhada à escolha do país como líder no tema "Transição Energética" no Diálogo de Alto Nível das Nações Unidas (ONU) sobre Energia.

Uso de resíduos na produção do biodiesel

A utilização do sebo bovino no Brasil é, em grande parte, destinada à produção de biodiesel. Assim como a soja, matéria-prima predominante na produção do biodiesel, o sebo bovino também apresenta ganhos na pegada de carbono em comparação ao diesel oriundo do petróleo.

No país, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em 2022, cerca de 7,8% da produção de biodiesel foi oriunda do sebo bovino, resultando numa produção de 509 milhões de litros, diante de um mercado nacional de 6 bilhões de litros, aproximadamente, no período.

A região Sudeste é a que mais se destaca na produção de sebo bovino, com 32,8% desse mercado em 2022. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no Brasil, cada tonelada de sebo bovino pode produzir até 800 litros de biodiesel. A pegada de carbono deste combustível é menor que a do biodiesel de soja e muito menor que do diesel fóssil.

RenovaBio

Instituído em 2017 para desenvolver a Política Nacional de Bicombustíveis (RenovaBio) e ampliar o uso de biocombutíveis na matriz energética brasileira, o programa leva em consideração a relação entre a eficiência energética e a redução das emissões de gases de efeito estufa, visando, assim, auxiliar na descarbonização da matriz de transportes brasileira, contribuindo ainda para a segurança energética e a previsibilidade do mercado.

A política pode ser resumida em três eixos estratégicos: a definição das metas de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE), a certificação da produção de biocombustíveis e o Crédito de Descarbonização (CBIO). O biodiesel brasileiro emite cerca de 70% menos GEE do que o diesel fóssil, a partir de Análise de Ciclo de Vida (ACV) do poço à roda, que considera a mensuração das emissões na fase agrícola, industrial e de queima do combustível nos motores.

Como a gordura vira biocombustível?

É por meio de um processo químico chamado "esterificação de ésteres e ácidos graxos" que os óleos naturais, como os encontrados em plantas ou gorduras animais, são transformados em biodiesel. Isso acontece quando esses óleos reagem com álcoois na presença de um tipo especial de um agente catalisador. O resultado desse processo é um tipo de combustível mais ecológico e renovável, que pode ser usado em motores de veículos e geradores que normalmente usam combustíveis fósseis. Esse tipo de combustível é mais favorável ao meio ambiente, é mais limpo e causa menos impacto ambiental.

Porque a gordura animal é tão vantajosa?

As gorduras oriundas do abate de animais são uma fonte de grande atratividade econômica e ambiental. A matéria-prima desses processos não apenas apresentam um menor custo, mas representam um insumo de entrega imediata em zonas agroindustriais.

O uso das gorduras animais no biodiesel contribuem não só para a redução na emissão de gases, também evita os impactos do descarte inadequado no meio ambiente.
Ministério de Minas e Energia
Fonte: Gov.br
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