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Zilor registrou lucro líquido de R$ 65 milhões no primeiro trimestre da safra 2024/25, alta de 15% em relação ao mesmo período da temporada anterior, conforme balanço financeiro divulgado nesta quarta-feira (28/8). O resultado foi influenciado por uma maior equivalência patrimonial e variação positiva do ativo biológico, apesar dos efeitos negativos vindos do
etanol e do clima.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado caiu 34,8% no período, para R$ 204 milhões.
Esse declínio do Ebitda reflete, principalmente, a redução do volume de vendas de
etanol e os menores preços de comercialização no mercado interno, que foram parcialmente compensados pelos melhores preços do açúcar.
“Adicionalmente, houve o impacto temporal decorrente da estratégia de colheita aplicada a essa safra priorizando a colheita da
cana de parceiro e postergando a colheita da
cana própria que ocorrerá no decorrer da safra”, informou a empresa.
A mudança na estratégia de colheita veio em função do clima seco, que prejudicou, inclusive, a moagem de
cana-de-açúcar consolidada no trimestre, que diminuiu 1,9%, para 4,016 milhões de toneladas.
“Iniciamos a safra 2024/25 enfrentando desafios relacionados às condições climáticas adversas que afetaram o setor como um todo. A companhia processou um volume ligeiramente menor de
cana, com impacto na produtividade agrícola que foi parcialmente compensado pelo incremento do Açúcar Total Recuperável (ATR)”, disse o CEO da empresa, Fabiano Zillo. O ATR da
cana aumentou 3,3% no período, para 127,8 quilos por tonelada.
Mesmo com o impacto no primeiro trimestre da safra, a empresa optou por postergar a colheita da
cana própria para priorizar os níveis de qualidade da
cana para o decorrer da temporada.
A produção de açúcar da Zilor caiu 5% no primeiro trimestre da safra, para 219,3 mil toneladas, enquanto o processamento de
etanol aumentou 3,7% a 169,7 mil metros cúbicos, puxado pelo biocombustível
hidratado.
Do total, 111,7 mil metros cúbicos de
etanol produzidos pela companhia foram do tipo
anidro, uma queda de 5,4%. Porém, a fabricação do
hidratado aumentou 27,3% para 58 mil metros cúbicos.
No segmento de
bioenergia, foram exportados 214,8 mil MWh no trimestre, avanço de 10,9% no comparativo anual. O desempenho veio com a entrada em operação dos novos projetos de cogeração de
energia nas Usinas Barra Grande (UBG) e São José (USJ).
A receita líquida caiu 11,9% no trimestre, para R$ 762 milhões. O resultado também foi pressionado pela redução nos preços e volumes de
etanol, e o preço de
energia elétrica. O valor médio do biocombustível
hidratado recuou 11,9% nos três primeiros meses da safra.
Por outro lado, o recuo da receita foi limitado pelo desempenho da unidade Biorigin e pela estratégia de hedge que permitiu manter ganhos no valor do açúcar.
A divisão Biorigin, unidade de biotecnologia da Zilor que produz ingredientes naturais à base de levedura para os segmentos de nutrição animal e alimentação humana, também teve crescimento no volume de vendas.
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Zilor é a maior acionista da Copersucar, companhia brasileira de comercialização de açúcar e
etanol e uma das maiores exportadoras mundiais desses produtos, possuindo cerca de 12% do capital da empresa. Todo o volume produzido pela Zilor é comercializado pela Copersucar.