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Usina Coruripe: padrão de sustentabilidade
Publicado em 06/09/2024 às 16h16
Foto Notícia
O Grupo Tércio Wanderley, mantenedor da Usina Coruripe – que possui uma unidade em Alagoas e quatro em Minas Gerais (Iturama, Campo Florido, Carneirinho e Limeira do Oeste) – tem se destacado não só por ser uma das maiores companhias do setor sucroenergético brasileiro, mas também pelos investimentos realizados em projetos socioambientais e de responsabilidade social nos municípios onde atua.

A companhia, que celebra seu centenário em fevereiro do próximo ano, é também uma das pioneiras do setor a implementar as práticas de ESG (sigla em inglês que designa as políticas de meio ambiente, responsabilidade social e governança de uma organização).

Trata-se de um conjunto de padrões e boas práticas que visa definir se uma empresa é socialmente consciente, sustentável e corretamente gerenciada, ou seja, uma forma de medir o desempenho de sustentabilidade.

“Temos uma responsabilidade socioambiental grande, que é da tradição da família Wanderley. Não é uma coisa nova”, lembra o presidente da companhia, Mario Lorencatto.

Reservas particulares

No total, a empresa mantém sete Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs): Porto Cajueiro, no município de Januária, no Norte de Minas; Pereira e Lula Lobo I, em Feliz Deserto, no litoral de Alagoas; Riacho Seco e Afrânio Menezes, Mutum de Alagoas I e Mutum de Alagoas II, em Coruripe (AL).

“A preservação ambiental de cerca de 7 mil hectares de Mata Atlântica original é uma joia não só da usina, mas do País. Ter uma reserva dessa, intocada, é uma coisa importante para a companhia e para o Brasil”, afirma Lorencatto.

Nas reservas, há trabalhos de preservação da fauna e da flora - parceria com pesquisadores em educação ambiental, trilhas ecológicas, desenvolvimento de pesquisas, projeto de monitoramento de mamíferos, de reintrodução de pássaros, aves e mamíferos - que auxiliam no desenvolvimento de estratégias e ações de proteção, conservação e manejo das espécies.

Coruripe

Em Alagoas, a Coruripe conta com uma estrutura equipada para produção de até 80 mil mudas da Mata Atlântica, que são utilizadas para reflorestamento, recomposição florestal e em parcerias com os órgãos municipais e de meio ambiente.

Além da produção de mudas para a formação de corredores ecológicos, a companhia atua ambientalmente no monitoramento de nascentes, margens de córregos e rios. Também mantém parceria com órgãos e entidades ambientais para soltura de animais capturados em cativeiros clandestinos.
“Temos um programa de introdução de espécies - como o macaco-guariba - na nossa reserva em Coruripe, além de programas pontuais de introdução de espécies, de conscientização das comunidades sobre a importância ambiental, além de outras iniciativas”, acrescenta o presidente da companhia.

Na RPPN Porto Cajueiro, um dos destaques é o Projeto Bicudo, que reintroduziu exemplares do pássaro homônimo na reserva, que, depois de décadas de caça ilegal, esteve na relação de animais com risco de extinção.

No Bioma Cerrado, são produzidas mais de 70 mil mudas/ano, para reflorestamento. Em parceria com o Instituto Estadual de Florestas (IEF), a empresa mantém um programa de combate a incêndios na região.

Instituto

Em 2005, o Grupo Tércio Wanderley fundou o Instituto para o Desenvolvimento Social e Ecológico (Idese) para promover a preservação da natureza e o progresso da comunidade por meio do estímulo de ações socioambientais voltadas ao desenvolvimento sustentável.

Por intermédio do Idese, com sede em Coruripe e uma subsede em Januária, também são executadas atividades com as comunidades para sensibilizá-las em relação à importância da manutenção da biodiversidade dessas regiões.

No ano passado, a companhia lançou o projeto Parcerias Sustentáveis, iniciativa que possibilita a empresas parceiras cooperarem em projetos desenvolvidos ou apoiados pela Coruripe.

“Hoje, está na agenda de toda empresa com um certo nível de responsabilidade ambiental o interesse em promover projetos, mas a dificuldade é como, onde, o know-how e tudo mais. O que acaba acontecendo é que eles podem se unir aos nossos projetos”, diz Lorencatto.

Como exemplo, o presidente cita o programa de introdução de espécie ameaçada de extinção em que um fornecedor participa colaborando com a parte financeira e a companhia implementa, salvando as espécies a partir de um esforço comum.

Barriga cheia

No campo da responsabilidade social, uma das iniciativas de destaque é o Projeto Barriga Cheia e Maná, que já tem alguns anos e conta com apoio das prefeituras de cidades onde a companhia tem negócios.

No período de rotatividade das colheitas, o setor normalmente planta uma leguminosa para melhorar a absorção de nitrogênio no solo e descansar a terra para um próximo ciclo de cana.

Muitas usinas plantam soja, gerando uma renda para elas mesmas e têm benefício econômico com isso.

“A Coruripe não partiu para essa alternativa. Ela faz uma parceria com os municípios, prepara o solo e, aí, as prefeituras oferecem a semente, e as famílias carentes cadastradas plantam feijão. Com a quantidade de chuvas que tem caído na nossa região nos últimos anos, a produção espetacular de feijão garante a segurança alimentar de muitas famílias em Coruripe, Feliz Deserto e Teotônio Vilela”, conta Lorencatto.

Com o Barriga Cheia e Maná, os municípios se beneficiam dessa produção.

“Eles estão tendo feijão para garantir a comida o ano todo e ainda podem vender a sobra. A Coruripe prepara a terra, ara e deixa tudo pronto para as pessoas virem e plantar. Poderíamos plantar soja ou milho e ter um rendimento, mas é um desprendimento da empresa em prol da segurança alimentar de famílias carentes na região”, detalha.

Horta Comunitária

Outro exemplo é o trabalho que a Coruripe desenvolve em Povoado Pontes, no município de Feliz Deserto (AL).

Lá são desenvolvidos projetos de Horta Comunitária, Programa de Alimentação Suplementar, Apicultura, Artesanato, práticas esportivas, laboratório de informática, apoio na manutenção da creche, escola e Educação Ambiental.

“É uma comunidade com cerca de 550 habitantes, mas saiu de um povoado paupérrimo, de casa de pau a pique para as de alvenaria; um povoado que até está bem arrumado, com uma boa infraestrutura, aumentou a renda per capita em mais de 1.000% com o apoio da companhia,  garantindo emprego e uma vida melhor com mais perspectiva e um melhor preparo para os jovens”, esclarece.

“A gente tem um programa grande de geração de empregos locais por meio de artesanatos do Ouricuri, Taboa e a apicultura”, acrescenta.

Há também apoio a escolas, creches e centros de tecnologia de informação para os jovens, esportes e geração de empregos para os pais na própria usina. 
Carlos André Carvalho
Fonte: Folha de Pernambuco
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