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UE e México selam acordos comerciais sob a ameaça de tarifas de Trump
Acordo visa aumentar comércio e segurança econômica, reduzir riscos das cadeias de suprimento, garantir fornecimento de matérias-primas e enfrentar mudanças climáticas
Publicado em 17/01/2025 às 16h27
Foto Notícia
Navio porta-contêineres atraca no Porto de Manzanillo, no estado de Colima, México
(Mayolo Lopez Gutierrez/Bloomberg)
A União Europeia (UE) e o México concordaram com um acordo de livre comércio reformulado, justo quando ambos estão sob pressão do presidente eleito Donald Trump, que os ameaçou com uma nova rodada de tarifas.

O acordo visa aumentar tanto o comércio quanto a segurança econômica, reduzir riscos das cadeias de suprimento, garantir um fornecimento sustentável de matérias-primas críticas e enfrentar as mudanças climáticas, segundo uma declaração da Comissão Europeia nesta sexta-feira (17). O comércio bilateral de bens alcançou € 81,7 bilhões (US$ 84 bilhões) em 2023, enquanto o comércio de serviços foi de € 22 bilhões em 2022.

Trump deve agitar as relações internacionais quando assumir o cargo em 20 de janeiro, tendo ameaçado iniciar guerras comerciais com amigos e adversários. Ele criticou repetidamente a UE por suas práticas comerciais e disse que imporia tarifas sobre suas exportações. Ele também afirmou que aplicaria tarifas de 25% sobre produtos do México.

O acordo, que precisará ser ratificado por ambas as partes, visa expandir as exportações da UE em áreas como serviços financeiros e telecomunicações, fortalecer a cadeia de suprimentos de matérias-primas críticas e permitir o acesso a contratos governamentais em pé de igualdade com empresas domésticas. Também reduzirá tarifas sobre produtos agroalimentares, como queijo, aves, carne suína, massas, maçãs e geleias, além de chocolate e vinho.

“Este acordo histórico prova que o comércio aberto e baseado em regras pode trazer prosperidade e segurança econômica, assim como ação climática e desenvolvimento sustentável”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em um comunicado.

A UE e o México iniciaram negociações sobre um acordo global em 2016 e chegaram a um acordo em princípio sobre aspectos comerciais em 2018.

A UE tem trabalhado para expandir suas medidas de defesa comercial e firmar acordos bilaterais com outros países em um esforço para aumentar sua segurança nacional. A UE e os países do Mercosul, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, finalizaram as negociações sobre uma parceria comercial no mês passado.

O déficit comercial de bens e serviços dos EUA com a UE foi de US$ 131,3 bilhões em 2022, segundo o escritório do Representante de Comércio dos EUA, e a UE tem se preparado para uma ofensiva comercial desde a vitória eleitoral de Trump.

O México tem trabalhado para reformular o acordo comercial com a UE antes da posse de Trump como uma forma de mostrar força antes da revisão do acordo comercial entre EUA, México e Canadá, conhecido como USMCA, programada para 2026, segundo uma fonte com conhecimento das negociações. Liderando os esforços do México estão o Ministro da Economia, Marcelo Ebrard, e o Ministro das Relações Exteriores, Juan Ramon de la Fuente, disse a fonte.

Embora os EUA representem 83% da relação comercial do México, o país latino-americano está em busca de novas oportunidades comerciais, disse Ebrard na sexta-feira em um evento da Universidade ITAM na Cidade do México. Ele afirmou que se reuniu no início deste mês com o ministro da economia dos Emirados Árabes Unidos para explorar áreas de cooperação em semicondutores e energia renovável, entre outras.

“Não estamos apenas olhando para a relação com os Estados Unidos, mas é a primeira que vamos resolver, porque é a que pode gerar mais turbulência para nós, mas estamos trabalhando com a União Europeia, por exemplo”, disse Ebrard. “E no sul, estamos trabalhando com o Brasil.”

O México também deseja melhorar sua relação comercial com o Brasil antes da revisão do USMCA, disse uma pessoa familiarizada com o assunto.

A UE foi pega de surpresa em 2017 quando Trump, citando preocupações de segurança nacional em seu mandato anterior como presidente, impôs tarifas sobre aço e alumínio europeus. Desde então, a UE reinventou sua doutrina comercial e expandiu seu arsenal, oferecendo uma gama de opções para combater práticas coercitivas.

A UE preparou uma lista de bens americanos que pode atingir com tarifas se um acordo alternativo com os EUA não ocorrer e Trump cumprir sua ameaça de atingir as exportações europeias com medidas protecionistas.
Fonte: Bloomberg
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