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Setor de veículos prepara pedido de antidumping contra montadoras chinesas
Publicado em 28/01/2025 às 09h55
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A indústria estabelecida de veículos no Brasil está estudando encaminhar pedido de processo andidumping contra montadoras chinesas, que têm contado com importações para se firmarem no país.

“Há estudos de mercado em andamento”, afirmou em comunicado o presidente da associação de montadoras de veículos, Anfavea, Marcio de Lima Leite.

O executivo respondeu a questionamento sobre reportagem do jornal O Estado de S.Paulo desta segunda-feira (27), que afirma que as “montadoras mais antigas com fábricas no Brasil vão entrar, nos próximos dias, com pedido de averiguação de dumping contra empresas chinesas que estão comercializando veículos importados no país”.

Segundo o jornal, “o principal alvo são os automóveis, mas serão incluídas também marcas que vendem caminhões, ônibus e máquinas agrícolas e rodoviárias”.

Um processo de antidumping ocorre, segundo o Ministério de Relações Exteriores, contra uma ou várias empresas, que “exporta um produto a um preço inferior ao preço normalmente cobrado em seu mercado interno”. Após uma investigação do país alvo do dumping, é determinado se a prática está causando “dano material” no país importador. A medida costuma ser tomada com a aplicação unilateral de sobretaxa sobre importações de produtos das empresas alvo da investigação.

O setor de veículos do Brasil terminou 2024 com vendas de 14,2 milhões de carros e comerciais leves novos e usados, maior volume já registrado no país, segundo dados divulgados pela Anfavea em meados do mês, quando afirmou que o crescimento do mercado brasileiro de novos no ano passado, de 14,1%, marcou o melhor desempenho entre os principais mercados globais de veículos, bem acima da média global de 2%.

Alvos do pedido

A Anfavea não confirmou se um pedido de antidumping será feito nos próximos dias ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, mas afirmou que “defende a livre concorrência e a prevenção de práticas que prejudiquem o mercado automotivo brasileiro, zelando pelos clientes, empregados, concessionários, fabricantes e indústria de autopeças”.

As maiores referências atualmente entre marcas chinesas de veículos no Brasil são as fabricantes de veículos elétricos e híbridos BYD e GWM, que estão construindo fábricas locais na Bahia e em São Paulo, respectivamente, enquanto comercializam modelos acabados produzidos na China.

Procuradas, a GWM afirmou em comunicado que “vê a ação com tranquilidade, pois segue estritamente as regras internacionais e a legislação brasileira para comércio exterior”.

Segundo a GWM, “a empresa está aumentando o ritmo de contratações no Brasil visando o início de produção dos seus primeiros carros eletrificados na fábrica de Iracemápolis, no interior de São Paulo, prevista para o primeiro semestre deste ano”.

O MDIC disse em nota que, até o momento, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) não recebeu nenhuma petição relacionada ao assunto.

“Quanto aos procedimentos administrativos de investigação de prática antidumping, a pasta esclarece que as investigações são iniciadas e conduzidas pela Secex; e que eventual aplicação de medidas é sempre precedida de deliberação pelo Comitê-Executivo de Gestão (Gecex), um colegiado interministerial”, acrescentou.

Já representantes da BYD não comentaram o assunto de imediato.

Crescimento das chinesas

Segundo dados da federação de concessionárias de veículos do Brasil, Fenabrave, a BYD terminou dezembro entre as dez maiores marcas de veículos leves do país, com 4,14% de participação no total de vendas no mercado interno, à frente da Honda e da Nissan e praticamente empatada com a Jeep, do grupo Stellantis. No acumulado do ano, a empresa chinesa ficou na última posição entre as dez maiores marcas, com 3,1% do mercado.

Mas considerando apenas veículos elétricos e híbridos, BYD e GWM lideraram o mercado brasileiro com folga, segundo os dados da Fenabrave: BYD vendeu 76,8 mil carros e comerciais leves no Brasil em 2024 e GWM 29,2 mil unidades, ante 20,3 mil híbridos da Toyota e 8,6 mil unidades da Volvo Car, uma controlada da chinesa Geely.
Fonte: Reuters
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