União Nacional da Bioenergia

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A mensagem do O&G brasileiro para a COP30
Pressão política para liberar projeto da Petrobras na Foz do Amazonas aumenta, enquanto Brasil se prepara para sediar cúpula do clima
Publicado em 12/02/2025 às 09h28
Foto Notícia
Pavilhão do Brasil na COP29, no Azerbaijão, convidando para a COP30
O potencial do Brasil como exportador de petróleo eficiente em carbono é a mensagem que o IBP pretende levar à 30ª Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP30), prevista para novembro de 2025 em Belém (PA). 
 
O IBP vai defender a continuidade da exploração e produção de óleo no Brasil, baseado em um estudo feito em parceria com a consultoria Catavento e o Instituto Clima e Sociedade (iCS), sugerindo que o abandono das atividades de extração deve ser guiado fatores como competitividade de custo, pegada de carbono e segurança energética. 
 
A tese central é que o petróleo brasileiro, por ser de alta qualidade, com baixo teor de enxofre e baixas emissões de CO2, deve permanecer como uma opção viável, segura e estratégica na transição energética global. Com isso, o país continuaria sentado à mesa do óleo do futuro.
 
“Se o petróleo vai estar presente, tem que ser o petróleo brasileiro. Essa é a tese. Porque o nosso petróleo é um petróleo competitivo, alta qualidade, baixo enxofre, baixa emissão de CO2”, defende Roberto Ardenghy, presidente do IBP, em entrevista à agência eixos.
 
O IBP também levará à COP30 exemplos de tecnologias avançadas em descarbonização desenvolvidas pelo setor, como captura, armazenamento e utilização de CO2 (CCUS), o uso de hidrogênio e a geotermia. 
 
São soluções, no entanto, que vêm lutando para ganhar escala e competitividade, em meio a uma preferência do mercado por indústrias maduras como solar, eólica, armazenamento e veículos elétricos.
 
“O setor de óleo e gás tem coisas impressionantes sendo feitas em termos de tecnologia, como biocombustíveis, hidrogênio e eólicas offshore. Não queremos ficar fora do debate”, diz Ardenghy. =

Mais uma COP do petróleo?

O lobby fóssil não é uma novidade nas COPs. As últimas conferências climáticas no Egito, Emirados Árabes e Azerbaijão, países cujas economias dependem dos hidrocarbonetos, foram marcadas pela forte presença de representantes dessas indústrias – chegando a superar as delegações de muitos países.
 
Na COP brasileira, essa defesa pela continuidade dos investimentos em novas fronteiras de petróleo ocorre no contexto de discussão sobre a exploração pela Petrobras da Margem Equatorial, que inclui a Foz do Amazonas.
 
O pedido de licença para a perfuração em águas profundas no Amapá foi negado pelo Ibama em 2023 e passa por nova análise desde então. 
 
Em dezembro de 2024, a petroleira iniciou a construção da Unidade de Estabilização e Despetrolização em Oiapoque (UED-OIA), um dos pedidos do órgão ambiental. A expectativa era obter a licença ainda no primeiro trimestre de 2025, mas o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, diz que não há previsão.
 
A eleição de Davi Alcolumbre (União/AP) para a presidência do Senado renovou a pressão pela liberação do bloco.
 
O empreendimento, que contou com apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no passado recente, também é defendido pelo presidente Lula (PT), sob o argumento de que o Brasil deve explorar suas riquezas – apesar de cientistas do clima alertarem para os riscos de continuar extraindo e queimando combustíveis fósseis. 
 
Está, inclusive, junto com o fracking (fraturamento hidráulico), que faz parte dos planos do governo para abertura de novas frentes de produção, especialmente para extração de gás não convencional.
 
Se tudo der certo (ou errado, depende do ponto de vista), esta pode ser sim mais uma COP do petróleo com a licença para a Foz do Amazonas saindo pertinho de quando e onde o mundo se reunirá para discutir a implementação dos seus planos de combate às mudanças climáticas.
Nayara Machado
Fonte: Agência eixos
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