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Soja: EUA podem perder ainda mais compradores com retaliação tarifária da UE
Publicado em 10/04/2025 às 08h43
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Produtores de soja dos Estados Unidos podem enfrentar ainda mais dificuldades, agora que a União Europeia, seguindo os passos da China, planeja impor tarifas sobre produtos agrícolas norte-americanos, incluindo a soja.

A UE aprovou ontem (9) suas primeiras medidas de retaliação em resposta às tarifas do presidente Donald Trump, com novas tarifas sobre produtos americanos no valor de 21 bilhões de euros (US$ 23 bilhões). Segundo o Wall Street Journal a soja está entre os alvos da medida.

Isso pode deixar os produtores americanos com ainda menos compradores em potencial, tendo em vista que a China, o maior importador mundial de soja, já anunciou tarifas de 84% sobre os produtos dos EUA e suspendeu autorizações de importação de algumas empresas americanas, interrompendo efetivamente os embarques de soja para o país.

As vendas para a China representavam mais da metade das exportações de soja dos EUA em 2023. Já a União Europeia era o segundo maior mercado, absorvendo 13% do total, seguida por México, Japão, Indonésia e Taiwan.

Durante a guerra comercial entre EUA e China em 2018, Pequim reduziu em 75% suas compras de soja americana. No entanto, outros parceiros comerciais como UE, México e Taiwan aumentaram suas importações, o que ajudou a compensar em parte as perdas com a China.

Naquele ano, a UE quase dobrou suas importações de soja americana, passando de US$ 1,6 bilhão em 2017 para US$ 3 bilhões em 2018, absorvendo boa parte do excedente. Ao mesmo tempo, a China passou a importar mais do Brasil.

Se as novas tarifas da UE forem implementadas, é provável que as exportações de soja dos EUA para o bloco diminuam. E será mais difícil para outros países absorverem esse excedente, especialmente num momento de incerteza econômica global e temor de recessão, o que pode enfraquecer a demanda.

A situação se complica ainda mais com a perspectiva de uma safra recorde no Brasil - maior produtor mundial de soja. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) estima que o país produzirá 169 milhões de toneladas na safra 2024/25, um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Isso deve atrair ainda mais compradores para a soja brasileira, reduzindo o apelo da americana.

Ontem, Trump anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas, que ficarão em 10% durante esse período. Isso vai beneficiar o Japão, que enfrentava uma tarifa de 24%, além de Indonésia e Taiwan, ambas ameaçadas com uma tarifa de 32%. Os três países terão, por enquanto, a tarifa reduzida de 10%.

Enquanto isso, a tarifa sobre produtos chineses foi elevada de 104% para 125%. México e Canadá não foram afetados pelas novas medidas - ambos estão sujeitos a uma tarifa de 25%, mas produtos cobertos pelo Acordo EUA-México-Canadá (USMCA) continuam isentos.

Indonésia e Taiwan afirmaram que não pretendem retaliar e buscam acordos mutuamente benéficos por meio de negociações. Taiwan, em particular, anunciou que pretende aumentar investimentos e compras de produtos dos EUA. O Japão ainda não anunciou medidas retaliatórias, mas o ministro do Comércio, Yoji Muto, disse que elas estão sendo consideradas.
Fonte: Dow Jones Newswires
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