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ONU: crescimento global deve cair 2,2% em 2023
Publicado em 05/10/2022 às 08h29
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No próximo ano, o crescimento da economia mundial deve cair 2,2%, indica em relatório divulgado nesta semana a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad). Além disso, a agência da ONU aponta que se não houver mudanças no cenário, o mundo pode viver uma recessão global. E isso pode impactar diretamente nos preços dos alimentos e no comércio internacional das commodities.

Em relação às commodities, a entidade afirma que o mercado está turbulento há uma década, principalmente no decorrer dos últimos dois anos, período em que os preços subiram. Dessa forma, aponta a equipe da Unctad, alimentos e energia se tornaram responsáveis por "desafios significativos" para famílias espalhadas em todo o mundo. "A pressão adicional de alta sobre os preços dos fertilizantes significa que o dano pode ser duradouro", afirma.

"Pouca atenção foi dada ao papel dos especuladores e dos frenéticos" --- Unctad

No relatório, que foi apresentado originalmente em Genebra (Suíça), a guerra entre Ucrânia e Rússia é mencionada como fator que contribui para o momento. Não é, na visão dos analistas da entidade, o principal responsável por isso. Eles afirmam que "pouca atenção foi dada ao papel dos especuladores e dos frenéticos de apostas desencadeados por sua enorme presença em contratos futuros, swaps (permuta financeira) de commodities e fundos negociados em bolsa".

Gerente da consultoria agro do Itaú BBA, Guilherme Bellotti analisou a posição da Unctad e, consequentemente, avaliou quais os impactos desse cenário que se desenha para o mercado de grãos. Ele falou sobre o assunto em participação na edição desta terça-feira (4) do telejornal ?????´Mercado & Companhia?????´ (vídeo acima).

Agência da ONU analisa preço dos alimentos

O relatório da Unctad reforça que, graças ao intermédio da própria ONU e da Turquia, um acordo foi selado entre russos e ucranianos na parte de exportação de grãos pelos portos do Mar Negro. Desde a implementação dessa iniciativa, a redução de preços foi significativa, avalia a entidade. Nesse sentido, o índice de preços dos alimentos da FAO caiu pelo quinto mês seguido. Na média, os preços dos cereais, por exemplo, caíram 1,4%.

Isso, contudo, não é o bastante para a recuperação do setor de commodities. O relatório aponta para a necessidade de se dar maior apoio "a grupos vulneráveis, incluindo trabalhadores com salários mais baixos e famílias em dificuldades financeiras". Por fim, alerta-se para os danos que o aperto monetário está causando aos objetivos econômicos, sociais e climáticos.
Fonte: Canal Rural
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