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O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Roberto Perosa, está de saída do cargo. A exoneração, a pedido, será publicada nesta sexta-feira (4/10), no Diário Oficial da União.

Primeiro nome confirmado para o segundo escalão da Pasta nesta gestão, ainda no dia da posse do ministro Carlos Fávaro, em 2 de janeiro de 2023, Perosa chegou ao ministério indicado pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.

Com convites em análise, Perosa vai retornar ao setor privado do agronegócio. Antes de ingressar na secretaria, foi CEO da Organização das Associações dos Produtores de Cana do Brasil (Orplana).

Por enquanto, ele vai cumprir a quarentena obrigatória de quem sai do serviço público e voltar a atenção à família e à fazenda, na região de São José do Rio Preto (SP).

Em conversa com a reportagem, Perosa ressaltou que conseguiu emplacar na secretaria uma atuação mais pragmática nas negociações com parceiros internacionais.

Perosa deixa a secretaria com mais um recorde: em 21 meses, foram abertos 246 novos mercados internacionais em 60 destinos diferentes. Só nos primeiros três dias de outubro já foram abertos os mercados de Cuba, para sêmen e embriões bovinos e caprinos, e do Japão, para farelo de mandioca, feno, polpa cítrica desidratada, flor seca de cravo-da-índia, flor seca de erva-mate e fruto seco de macadâmia, com ou sem casca.

“Deixamos um legado com as aberturas recorde de mercado, o incremento nos postos de adidâncias agrícolas pelo mundo e o aumento do orçamento da secretaria, que pode dobrar em 2025 na comparação com 2023 quando chegamos”, disse Perosa.

Neste ano, o secretário liderou as reuniões do Grupo de Trabalho de Agricultura do G20, durante a presidência brasileira no bloco das maiores economias mundiais. Em setembro, coordenou o encontro realizado em Mato Grosso que culminou com a assinatura de uma declaração conjunta dos países, com compromissos focados em sustentabilidade na produção e clima, algo que não ocorria há cinco anos.

Nesta semana, outra vitória comemorada pela Pasta foi a proposta apresentada pela Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, para adiar em um ano a entrada em vigência da lei antidesmatamento do bloco europeu, que entraria em vigor em 30 de dezembro de 2024.

O regulamento restringe a entrada de produtos agropecuários no velho continente, como soja, carne bovina, couro, óleo de palma, café e cacau, produzidos em áreas desmatadas, mesmo que de forma legal, após dezembro de 2020. A norma pode impactar até 30% das exportações brasileiras.

O secretário-adjunto Júlio Ramos permanecerá no cargo. Luis Rua, ex-diretor de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), foi escolhido para o lugar de Perosa.