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Temperatura do Brasil sobe 3ºC nos últimos 60 anos, aponta relatório
Documento mostra influência das mudanças climáticas e prejuízos na agricultura
Publicado em 07/11/2024 às 09h25
Foto Notícia
As consequências do aquecimento global são observadas com mais frequência e proximidade. E o problema não é exclusivo de países da Europa, Ásia ou África. O Brasil também sofre.

Conforme o relatório ‘Mudança do Clima’, elaborado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em parceria com a Rede Clima, o país teve aumento de 3ºC em algumas regiões nos últimos 60 anos, número maior que a média global no mesmo período.

Outro dado preocupante apresentado diz respeito aos dias afetados por ondas de calor, fenômeno definido pela Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês) como o período em que as temperaturas permanecem 5ºC ou mais acima da média.

Entre 1961 e 1990, época considerada referência para o estudo, a anomalia não passava de sete dias. O número subiu, inicialmente, para 20 (1991 a 2000), chegou a 40 (2001 a 2010) e agora está em 52 (2011 a 2020).

“A partir da análise dos extremos de temperatura máxima, o estudo avaliou o índice de ondas de calor. Observou-se um aumento gradual das anomalias com o passar das décadas, para praticamente todo o território brasileiro”, diz o relatório.

Em 2023, no ano mais quente da história do planeta, conforme a Organização Meteorológica Mundial, a média de temperatura no Brasil foi 24,92ºC, 0,69°C acima da média histórica (24,23°C), de acordo com o Instituto Brasileiro de Meteorologia (Inmet). O período registrou ainda nove meses com médias mensais de temperatura acima do esperado e nove ondas de calor.

A seca é uma das consequências da elevação das temperaturas. Em parte do Brasil, especialmente nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste e na área localizada no Sudeste da Amazônia, a estiagem aumentou nos últimos 40 anos.

No Nordeste, entre 1961 e 1990, os dias consecutivos sem chuva, que eram de 80, passaram para 100. Além disso, a região amazônica registrou secas prolongadas em 2005, 2010 e 2023, o Nordeste sofreu de 2012 a 2015 e o Sudeste foi atingido pela condição climática também em três momentos (2001, 2014/2015 e 2020/2021).

Conforme o relatório, os eventos extremos registrados no Brasil no período de estudo, como enchentes, secas, queimadas e ondas de calor, ocorreram devido às mudanças climáticas, atingindo as regiões mais pobres e vulneráveis.

E, além dos problemas de infraestrutura, os episódios aumentam o risco de surtos e epidemias de doenças, alcançando também a área social.

Prejuízos na agricultura

Os períodos longos de seca foram responsáveis por perdas incalculáveis nas lavouras. No Nordeste, por exemplo, a área em que a agricultura não é mais possível devido à estiagem e às práticas erradas de manejo chegou a 70 mil quilômetros quadrados.

Outro problema ocorreu na seca registrada em 2012, onde a produção de milho de Pernambuco foi 99% atingida. E mais culturas da região acabaram prejudicadas, revela o documento. No mesmo ano, apenas a soja não sofreu perdas, enquanto produtores de arroz, feijão e milho contabilizaram prejuízos em 2015 e também em 2017.

O que esperar do futuro?

Conforme o relatório do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, todas as regiões do planeta devem sofrer com as consequências das mudanças climáticas nos próximos 30 anos. Serão períodos cada vez mais quentes e dias de frio menos intensos e menos frequentes. “Em 2050, se o limite de 2ºC for atingido, limiares críticos para a saúde humana e a agricultura serão ultrapassados com mais frequência”.
Daniela Walzburiech
Fonte: Globo Rural
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