Agência UDOP

Os contratos futuros do açúcar fecharam com forte baixa nesta terça-feira (17), pressionados pela forte desvalorização do Real, que, segundo analistas, “leva as usinas no Brasil a vender futuros e aumentar seus ganhos em moeda local”.
 
Na ICE Futures de Nova York, o açúcar bruto, lote março/25, atingiu a menor cotação em 3 meses, voltando a operar na casa dos 19 centavos de dólar por libra-peso. O lote de maior liquidez foi contratado ontem a 19,84 cts/lb, desvalorização de 84 pontos, ou 4,1%, no comparativo com os preços da véspera. Já a tela maio/25 caiu 67 pontos, contratada a 18,53 cts/lb. Os demais vencimentos caíram entre 11 e 49 pontos.
 
Um corretor baseado nos EUA respondeu à Reuters, quando perguntado sobre os principais fatores para a queda das cotações do açúcar ontem que era “o Real”. “A moeda brasileira caiu para uma mínima histórica em relação ao dólar pela manhã, em meio a preocupações com a situação fiscal do país e tentativas fracassadas do banco central de sustentar a moeda”.
 
Outro fator que pressionou o mercado são as melhores perspectivas de oferta da commodity. “A produção brasileira de açúcar no final de novembro foi maior do que o esperado, segundo a associação de produtores Unica”, trouxe a Agência Internacional de Notícias.
 
Já a corretora Hedgepoint Global Markets disse que a safra da Tailândia melhorou tanto em ritmo quanto em rendimento, enquanto a produção de açúcar na China também deverá crescer, outros fatores que favoreceram à queda de preços da commodity.
 
Londres
 
Na ICE Futures Europe, de Londres, o açúcar branco também caiu em todos os lotes nesta terça-feira. O contrato março/25 foi comercializado a US$ 515,00 a tonelada, desvalorização de 14,40 dólares, ou 2,7%, no comparativo com os preços da véspera. Já a tela maio/24 caiu 13,70 dólares, contratada a US$ 516,90 a tonelada. Os demais contratos recuaram entre 5,50 e 11,10 dólares.
 
Mercado doméstico
 
No mercado interno a terça-feira foi de queda nas cotações do açúcar cristal medidas pelo Indicador Cepea/Esalq, da USP. A saca de 50 quilos foi negociada pelas usinas a R$ 160,43 contra R$ 160,77 de segunda-feira, queda de 0,21%.
 
Etanol hidratado
 
O etanol hidratado também voltou a cair ontem após três dias em alta. O biocombustível foi negociado pelas usinas, pelo Indicador Diário Paulínia, a R$ 2.750,00 o m³, contra R$ 2.752,50 o m³ praticado na véspera, desvalorização de 0,09% no comparativo.