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Em Paris, agricultores preparam novo protesto contra governo francês
Publicado em 06/01/2025 às 08h41
Foto Notícia
Segundo maior sindicato agrícola da França convocou produtores para bloquear Paris nesta segunda-feira (6/1)
Foto: E. Cegarra/SIPA/Portal 20 minutes
Produtores ligados à Coordenação Rural (CR) da França, o segundo maior sindicato agrícola do país, estão a caminho de Paris a fim de demonstrar insatisfação com as ações do governo para a agropecuária.

A entidade quer garantias do primeiro-ministro François Bayrou para a defesa de uma agricultura "focada na proteção dos pequenos produtores, que o sindicato considera prejudicados pelo livre-comércio".

O sindicato aguarda, em especial, dois compromissos: eliminar a sobrerregulamentação das regras de comércio da União Européia na França e implementar controle sobre as importações de produtos agrícolas.

O primeiro-ministro francês possui uma agenda com os quatro maiores sindicatos agrícolas da França no dia 13 de janeiro, data que a CR considera "tarde demais" e por isso convocou as manifestações.

O movimento dos agricultores retoma força, reforçou Sophie Lenaerts, presidente do sindicato no departamento de Oise, em entrevista a rádio RTL neste domingo.

"Já faz um ano que estamos nos pontos de encontro, manifestando e explicando os problemas do mundo agrícola. Pedimos uma reunião no início do ano, seja no domingo, na segunda-feira ou depois. Pelo que sei, na segunda-feira haverá a Galette des Rois em Matignon. Ora, acho que, se é possível festejar, também é possível trabalhar e nos receber", criticou ela, citando a tradição do Dia de Reis realizada na França.

Agricultores estão "afogados em normas", reiterou. Durante a entrevista, Lenaerts disse que esperava que François Bayrou tivesse mais sensibilidade à causa dos agricultores, pois, segundo ela, "é um homem ligado ao campo, à terra. Ele mesmo é agricultor e criador de cavalos".

A manifestação prevista para segunda-feira ocorre na véspera do lançamento oficial da campanha para as eleições das câmaras de agricultura, que começa em 7 de janeiro.

O pleito está programado para acontecer entre 15 a 31 de janeiro, determinando novas relações de força entre os sindicatos agrícolas, entre os quais a FNSEA (Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas) é o de maior participação, segundo os resultados das últimas eleições, em 2019.

Os agricultores que participam do movimento são de diferentes regiões francesas, segundo informou o portal local '20 minutes'. Apesar de não haver agenda de manifestações significativas para a noite deste domingo (5/1), o sindicato convocou associados para organizarem bloqueios de estradas a partir desta segunda-feira (6/1), interditando a capital Paris.

De acordo com jornais locais, já são esperados bloqueios próximos a Lyon a partir das 5 horas da manhã. O motivo principal do bloqueio, segundo o sindicato, é obter garantias do governo sobre a proteção dos pequenos agricultores, informou o veículo francês La Presse.

Nas redes sociais, manifestantes já publicam fotos com gorros amarelos, que será símbolo para identificá-los a partir de amanhã. "Estamos a caminho, de trator, mas por enquanto nada está acontecendo, pois policiais estão posicionados longe de Paris nas estradas para nos interceptar", informou à AFP Patrick Legras, porta-voz do sindicato.

A entidade organizou vários pontos de encontro na capital, onde a polícia já está posicionada. As prefeituras de Paris e Val-de-Marne proibiram reuniões não autorizadas do domingo à noite até o meio-dia de segunda-feira, enquanto o presidente do sindicato rural afirmou que haverá tratores em Paris amanhã, segundo o portal 20 minutes.

"Intencionalmente, dividimos a organização deste dia e dos próximos entre apenas cinco pessoas", explicou Véronique Le Floc’h, presidente do movimento, na rádio RMC, na manhã de domingo. "Cada um é responsável pelo ponto de encontro dos agricultores, estejam eles de carro ou de trator", afirmou.

"Desde a COVID-19, acumulamos e enfrentamos diversas crises sanitárias, econômicas, geopolíticas e climáticas. Enfrentamos uma inflação nos custos de produção, enquanto os preços pagos aos nossos produtores não acompanham, e muitos agricultores estão em sofrimento", afirmou Le Floc’h na RMC.

Segundo ela, 30 mil fazendas receberam ajuda no último ano, no valor de 9 mil euros, "enquanto o próprio ministério afirma que mais de 150 mil fazendas estão em dificuldade financeira", criticou nesta manhã.

À AFP, Christian Convers, secretário-geral da organização, disse que o movimento respeitará a proibição de entrar em Paris esta noite, mas admitiu que ficarão posicionados para iniciar as ações na manhã de segunda.
 
Isadora Camargo
Fonte: Globo Rural
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