União Nacional da Bioenergia

Este site utiliza cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência. Ao continuar navegando
você concorda com nossa política de privacidade. Política de Privacidade

Atrasos no milho e na soja da AMS, por conta do clima adverso, devem justificar parte do USDA desta 3ª (11)
Expectativas apontam menores ofertas de milho no BR e na ARG e estoques globais menores de ambos os grãos
Publicado em 11/02/2025 às 08h28
Foto Notícia
O novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) chega nesta terça-feira, dia 11 de fevereiro, às 14h (horário de Brasília). O mercado tem aguardado, com preços bastante voláteis entre os grãos negociados na Bolsa de Chicago, os dados atualizados, principalmente, das safras da América do Sul de soja e milho, uma vez que as adversidades climáticas têm comprometido o potencial de ambas culturas, tanto no Brasil, quanto na Argentina. 

A colheita da soja está atrasada em regiões importantes de produção, principalmente no estado de Mato Grosso, o que já resulta em um atraso também no plantio da segunda safra de milho, e também do algodão. Dados do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) apontaram que a colheita da soja chegou a 28,58% da área cultivada no maior estado produtor do Brasil, com uma alta de 16,38 pontos percentuais na semana. No ano passado, porém, o percentual era de mais de 51% e a média das últimas cinco safras chega a 39,6%.  

Do mesmo modo, ainda segundo números do Imea, a semeadura da safrinha de milho estava concluída em 23% da área. Apesar de um avanço semanal de seis pontos percentuais, o ritmo ainda estava atrás da média dos últimos cinco anos de 36,10%, e do ano passado, de 42,14%. O plantio do algodão também estava atrasado, alcançando 79,56% da área, contra 98,87% do mesmo período do ano passado e 85,36% de média. 

Assim, com atrasos acumulados na América do Sul - desde o plantio da soja 2024/25, no caso do Brasil - há expectativas de que o USDA traga ajustes nas safras de soja e milho tanto brasileira, quanto argentina. No entanto, espera-se um aumento da safra do Brasil, que poderia ser estimada agora em 169,9 milhões de toneladas, acima do último número de 169 milhões. O intervalo das expectativas é de 168 a 171 milhões. Para a Argentina, os números variam de 49 a 52 milhões de toneladas, com média de 50,6 milhões, abaixo da estimativa de janeiro de 52 milhões. 

O analista do complexo soja, Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, explica que a estimativa de um leve aumento na projeção do USDA faz sentido, uma vez que há estados onde a safra se desenvolveu muito bem - como Goiás, por exemplo - ao passo em que os problemas mais graves se deram de forma pontual, em estados como Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. 

Para o milho, por outro lado, os cortes na produção são esperados para ambos os países. Sobre a safra do Brasil, o número poderia cair de 127 para 126,74 milhões de toneladas. O intervalo esperado é de 124 a 129 milhões. Para a Argentina, a estimativa poderia vir na casa de 49,50 milhões de toneladas, contra os 51 milhões do boletim anterior. 

Vanin acredita ainda que as exportações de milho tanto do Brasil, quanto dos EUA deveriam ser feitas também, com redução na projeção das vendas externas brasileiras e aumento nas americanas. "Eu não sei se vai vir agora, mas precisa. O USDA ainda usa números para o Brasil muito baixos para o nosso consumo - de 85,5 milhões de toneladas, mas já estamos em 90 milhões - e, por isso, não teríamos um programa de exportação que o USDA projeta de 48 milhões", diz. 

ESTOQUES FINAIS GLOBAIS

Sobre os estoques finais globais, espera-se também uma diminuição nos números. Os estoques finais mundiais de soja poderiam ficar entre 126 e 131,2 milhões de toneladas, com média de 127 milhões, frente ao número de janeiro de 128,37 milhões de toneladas. 

Para o milho, porém, o intervalo das expectativas é de 291 a 295 milhões de toneladas e a média é de 292,52 milhões. Há um mês, a estimativa era de 293,34 milhões. 

O mercado estima ainda que os estoques finais de trigo deveriam ficar entre 255,30 e 260,95 milhões de toneladas, com média de 258,60 milhões. O USDA estimou, no mês passado, 258,82 milhões. 

 ESTOQUES FINAIS AMERICANOS

O mercado espera ainda uma baixa nos estoques finais de milho, os quais deverão ficar entre 37,34 e 40,39 milhões de toneladas, com média de 38,76 milhões. No passado, eram 39,12 milhões de toneladas. 

Para os estoques de soja, as projeções do mercado oscilam entre 9,25 e 11,02 milhões de toneladas, com média de 10,18 milhões, também abaixo do número do mês anterior, de 10,324 milhões. 
Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas
Fique informado em tempo real! Clique AQUI e entre no canal do Telegram da Agência UDOP de Notícias.
Notícias de outros veículos são oferecidas como mera prestação de serviço
e não refletem necessariamente a visão da UDOP.
Mais Lidas