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Soja e milho caem em Chicago mesmo com corte nas previsões de safra
Departamento de Agricultura dos EUA reduziu as estimativas para a colheita da Argentina, no entanto, não houve alterações para a safra americana
Publicado em 12/02/2025 às 08h22
Foto Notícia
A indicação de oferta menor de soja na Argentina e mundial não trouxe impacto para as cotações futuras na bolsa de Chicago. Os contratos para março fecharam em queda de 0,57% nesta terça-feira (11/2), a US$ 10,4350 o bushel.

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reduziu nesta terça em 0,8%, na comparação com janeiro, sua previsão para a safra global da oleaginosa em 2024/25, que deve totalizar 420,76 milhões de toneladas. Houve também um corte acentuado para previsões de estoques finais mundiais, de 3,1%, para 124,34 milhões de toneladas.

Mas os dados para os Estados Unidos, que têm grande peso para o mercado, anularam o impacto de alta para o as cotações. O USDA manteve a previsão de colheita no país em 118,84 milhões de toneladas, e os estoques finais também não sofreram mudanças, permanecendo em 10,34 milhões de toneladas. Analistas, no entanto, esperavam para um ajuste na casa das 10,1 milhões de toneladas.

Para o Brasil, o número do USDA também contrariou os analistas, que esperavam uma estimativa de produção de 169,9 milhões de toneladas, enquanto o dado oficial foi de 169 milhões, o mesmo de janeiro.

Com o foco dos agentes de mercado na safra da América do Sul, o número projetado para a Argentina surpreendeu, mas sem forças para direcionar o mercado. A estimativa mensal de produção caiu 5,8%, para 49 milhões de toneladas, versus 50,4 milhões de toneladas esperadas por analistas.

Na avaliação de Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócios, o USDA manteve sua postura de ser comedido em suas previsões de safra. Porém, ele não descarta novos cortes nas previsões, que podem dar novo impulso às cotações.

“Nos relatórios dos próximos meses novos cortes deverão acontecer para as estimativas do Brasil, Argentina e Paraguai. No Sul do Brasil, o clima seco vai deixar uma área extensa de perdas, por isso podemos esperar mudanças”, diz.

Milho

O milho, que abriu a sessão na bolsa de Chicago com preços em alta, esperando um corte nas projeções de safra dos EUA, fechou em queda sem a confirmação dos dados. Os lotes do cereal para março recuaram 1,53%, para US$ 4,84 o bushel.

O USDA manteve a estimativa de produção de milho no país em 2024/25 em 377,63 milhões de toneladas. Com a safra já definida em termos de produção, havia expectativa de corte nas previsões dos estoques finais americanos, que permaneceram 39,12 milhões de toneladas, mesmo número de janeiro. Mas analistas ouvidos pelo “The Wall Street Journal” acreditavam que haveria um corte nas expectativas de estoque, com uma média prevista de 38,7 milhões de toneladas.

Sem mudanças no quadro de oferta e demanda americano, os números para a produção de milho na América do Sul não tiveram reflexos nos preços. O departamento reduziu sua estimativa para a produção brasileira de milho em 2024/25 em 1 milhão de toneladas, para 126 milhões.

No que diz respeito à Argentina, o USDA também cortou a estimativa de colheita em 1 milhão de toneladas devido ao clima quente e seco, que tem reduzido a expectativa de rendimento. A previsão é que o país tenha 50 milhões de toneladas do grão.

Trigo

O trigo fechou em leve baixa em Chicago, diante da falta de novidades para as projeções de oferta e demanda do cereal. Os contratos para março fecharam em queda de 0,43%, a US$ 5,77 o bushel.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos não trouxe mudanças significativas para as produções dos principais produtores mundiais de trigo. O órgão elevou a estimativa de produção mundial na safra 2024/25 de 793,24 milhões de toneladas em janeiro para 793,79 milhões no relatório de hoje. Os estoques finais da safra foram reduzidos de 258,82 milhões para 257,56 milhões.

Os EUA devem produzir 53,65 milhões de toneladas na safra, exportando 23,13 milhões de toneladas, sem mudanças nas previsões em relação a janeiro. A Rússia também teve sua estimativa de produção mantida em 81,5 milhões de toneladas, com uma pequena redução de 46 milhões para 45,5 milhões de toneladas em suas exportações. Analistas esperavam uma possível redução na produção russa, uma vez que a lavoura, sem a proteção da neve, tem sido mais exposta a eventos climáticos.

A Ucrânia, de forma semelhante, não sofreu alterações na estimativa produtiva, mantida em 22,9 milhões de toneladas, mas deve exportar 15,5 milhões de toneladas, ao invés das 16 milhões de toneladas esperadas em janeiro.
Paulo Santos, Fernanda Pressinott e Gabriella Weiss
Fonte: Globo Rural
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