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Revenda de carro elétrico vira problema global que Brasil terá que enfrentar no futuro
Publicado em 15/01/2024 às 08h56
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Nem só de sucesso vive o mercado de carros elétricos. Os chamados EVs têm enfrentado dificuldades, pois a taxa de crescimento nas vendas desacelerou em 2023 e por um motivo nada animador : As empresas de locação estão desistindo de novas compras e retomando aos veículos a combustão porque não conseguem vendê-los após dois anos de uso.

O fato derrubou as expectativas globais sobre os EVs cujas estratégias precisam ser redefinidas para baixo em todo o mercado. Isso porque, embora os consumidores gostem da experiência de dirigir e da economia de combustíveis de um EV, existem outros custos ‘ocultos’ para garantir a propriedade desses carros a novos clientes.  E esse fato levou diversos fabricantes de automóveis elétricos, como a General Motor e a Ford, a reduzirem seus planos de produção desse tipo de carro.

Nesta sexta-feira (12) a locadora amaricana Hertz anunciou que vai trocar seus 20 mil carros elétricos por igual número de carros a combustão. A empresa identificou outros problemas como altos custos depois que um EV é envolvido num acidente. Eles existem novos processos de atendimento emergencial devido ao risco das baterias. Os clientes também se queixam de não existir - mesmo nos Estados Unidos - serviços de carregamento rápido na malha rodoviária.

O comportamento do mercado de usados global que é liderado pelas locadoras. Elas adquirem mais de 30% de todos os veículos produzidos nos Estados Unidos e noutros paises. Eles  após dois anos, são colocados no mercado de revendas mas isso já é visto com preocupação pelos bancos especialmente em relação ao futuro dessa nova tecnologia.

Risco maior em casos de acidentes - pela falta de socorristas capacitados para manipular as baterias de lítio destruídas em colisão – e dificuldades de recarga são citados como problemas. Mas a questão das montadoras parece ter se tornado crucial.

China diferente

O mercado de elétricos nos Estados Unidos não replica o que ocorre na China onde as montadoras chinesas como BTD e GWT lideram as vendas sem que sejam divulgados os dados sobre revenda dos veículos. 

Naquele país, os carros totalmente elétricos atingiram 5,5 milhões de vendas em 2022, representando cerca de metade de todos os emplacamentos globais. Além disso, a maior  concorrente da BYD é a GWM que é a maior empresa automotiva chinesa de capital 100% privado se tornou quarta maior fabricante mundial de picapes médias com elétricos.

Entretanto,  isso não aconteceu naquele pais sem que um programa nacional de subsídios de uma década desse aos motoristas um reembolso de 60.000 yuans (quase R$40 mil) sobre o preço de seu carro elétrico. Em 2024, o governo continua a dar descontos, mas agora é  de até 10.000 yuans (R$6.600). Além disso, a China tem uma rede de carregamento generalizada com padrões válidos em todo o território.

Forte subsídio

No Brasil esse é um desafio ainda a ser percorrido. No ano passado, apenas 142 mil veículos elétricos e híbridos foram vendidos, num crescimento de 51% sobre os 94 mil de 2022. Entretanto, o consumidor brasileiro vem tendo um comportamento diferente dos demais países com preferência absoluta pelo híbrido em lugar do totalmente elétrico. E isso acontece exatamente pela inexistência de redes de abastecimento de carga rápida como existe na China, na Europa (especialmente Portugal, Espanha e França).

Além disso, depois de cinco anos de importação livre de impostos, o governo Lula passou a cobrar 10% de II sobre o valor dos produtos como argumento de defender a indústria nacional que na verdade ainda nem existe, pois a única fábrica de EVs está prevista para operar na Bahia a partir de 2025 revelando o forte lobby das montadoras de veículos a combustão instalada no Brasil.
 
Fernando Castilho
Fonte: JC
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