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Para Copersucar, Brasil pode fabricar mais etanol sem ‘penalizar’ açúcar
CEO da companhia diz que usinas brasileiras vão fazer investimentos na fabricação de açúcar que serão capazes de atender ao crescimento do consumo global
Publicado em 08/10/2024 às 10h13
Foto Notícia
O aumento da demanda por etanol não representa uma ameaça à oferta de açúcar, na avaliação de Tomás Manzano, o principal executivo da Copersucar. Para ele, as usinas brasileiras deverão fazer investimentos na fabricação de açúcar que serão capazes de atender ao crescimento do consumo global, que é de cerca de 2 milhões de toneladas adicionais por ano.

Ele observa que, desde 2018, há um quadro de aperto entre oferta e demanda de açúcar no mundo, o que vem reduzindo os estoques internacionais da commodity. No intervalo de três anos, a relação entre estoques de passagem e o consumo global, que era de 45%, caiu para 35%. “Os fundamentos são construtivos para o preço”, diz Manzano.

Na avaliação do executivo, o Brasil é o único país que pode aproveitar o cenário de preços elevados do açúcar para investir, acompanhando a evolução da demanda. “O Brasil tem competitividade, escala e produtividade”, argumenta. Já a Índia deve limitar sua oferta de açúcar para cumprir seu programa de produção de etanol, enquanto a Tailândia, outro produtor relevante, tem “limitação de escala”, opina.

O CEO da Copersucar também demonstra otimismo com a produtividade dos canaviais brasileiros. Ele acredita em crescimento ao longo do tempo, apesar dos extremos climáticos recentes, que fizeram com que esta safra tivesse um extenso período de seca e registrasse a pior temporada de incêndios da história.

“É difícil afirmar que vai piorar. O que aconteceu mobilizou muita gente. Precisamos ter ações para que extremos climáticos sejam minimizados”, defende Manzano.

Melhora na logística

A Copersucar, que no Brasil atua na logística de açúcar e etanol, vê espaço para uma melhora em sua logística de recebimento e de descarga de açúcar no país, segundo Tomás Manzano, CEO da companhia.

No caso da descarga, a Copersucar espera que a conclusão de obras no Porto de Santos – onde a companhia possui o Terminal Açucareiro da Copersucar (TAC) – vão dar eficiência para o recebimento de cargas. O porto está investindo na construção da pera ferroviária – pátio circular que permite o transbordo de carga sem o desmembramento dos vagões. A expectativa é que isso se resolva no curto prazo.

No caso do recebimento do açúcar de suas usinas associadas, a avaliação de Manzano é que, se houver um aumento da produção de açúcar nos próximos anos, deve ser necessário aumentar a capacidade dos terminas da companhia no interior.

Atualmente, as 38 usinas associadas possuem capacidade interna para armazenar 2,5 milhões de toneladas de açúcar, enquanto a própria Copersucar possui um terminal próprio de transbordo em Ribeirão Preto, outro em São José do Rio Preto e ainda opera outros cinco de terceiros. Nesses terminais, a companhia recebe a commodity das usinas por rodovia e carrega-a em trens.

“Nossas usinas processam 110 milhões de toneladas de cana por safra. Se aumentar, podemos ter que aumentar a capacidade dos terminais atuais ou ter um novo terminal”, avaliou. “Mas não estamos olhando isso agora”, acrescenta.
 
Camila Souza Ramos
Fonte: Globo Rural
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