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Qual é a diferença entre furacão e ciclone? Entenda o fenômeno que vai atingir o país
Previsão indica temporais e ventos fortes a partir de quinta-feira (24)
Publicado em 22/10/2024 às 11h39
Foto Notícia
Entenda mais sobre o fenômeno que atinge o Brasil nesta semana
Foto: Climatempo
A chegada de um ciclone extratropical no Brasil nesta semana será responsável por manter as chuvas intensas e a ventania em boa parte do país. Com formação sobre a Argentina prevista para esta terça-feira (23/10), o fenômeno deve começar a causar instabilidades nesta quinta-feira (24/10), quando chega no Sul do país. Entenda o que são ciclones, como eles são formados e seus efeitos no clima.

O que é um ciclone extratropical?

O fenômeno meteorológico acontece a partir de um centro de baixa pressão muito intenso, condição associada às tempestades e ventos, e recebe este nome porque se forma em uma região extratropical, ou seja, fora dos trópicos.

“Quando o ciclone se forma na parte tropical, pode se transformar em um furacão ou tufão, que são dois fenômenos definidos pela intensidade e o local de formação. O ciclone extratropical não tem o mesmo poder, mas também tem relação com os ventos fortes e os volumes de chuva elevados”, esclarece o meteorologista Willians Bini.

O especialista ouvido pela Globo Rural completa que outra característica do ciclone extratropical é o contraste entre as temperaturas de uma determinada região. “Como o centro da América do Sul está mais quente, a massa de ar frio oriunda dos países mais ao sul do continente, como Argentina e Uruguai, podem desencadear o fenômeno”, completa o especialista.

Qual é a diferença entre furacão e ciclone?

Todos os furacões são ciclones, mas nem todos os ciclones são furacões. Ciclone seria um termo mais abrangente, que se refere a qualquer sistema de baixa pressão atmosférica com ventos que giram em torno de um centro. Dependendo de onde ocorrem e de sua intensidade, eles podem ter nomes diferentes.

O termo "furacão" é utilizado quando o fenômeno ocorre no oceano Atlântico e no nordeste do Pacífico. Sua força é calculada a partir da escala Saffir-Simpson, que vai de 1 a 5, com 5 sendo o mais intenso. No noroeste do Pacífico, chama-se Tufão, e, por fim, no Oceano Índico e em algumas partes do Pacífico, ciclone tropical.

O que é um ciclone?

Um ciclone tecnicamente é definido como é um gigantesco sistema de baixa pressão na atmosfera terrestre. Quando formados no Hemisfério Sul, seus ventos internos circulam em sentido horário; o oposto quando ocorridos no Hemisfério Norte. A direção dos ventos é consequência direta da força de Coriolis, fenômeno físico resultante do movimento de rotação da Terra.

Os ciclones são classificados de acordo com sua localização geográfica e intensidade, e podem ser divididos principalmente em três categorias: Tropicais, Subtropicais e Extratropicais.

Os mais conhecidos e mais impactantes para o Brasil são os ciclones tropicais. Formam-se sobre águas quentes dos oceanos e têm o potencial de causar ventos extremamente fortes e chuvas torrenciais. Por isso são associados a fortes tempestades e ventanias, causando estragos em propriedades e alagamentos em regiões inteiras.

Já os ciclones subtropicais têm características tanto de ciclones tropicais quanto de extratropicais. Geralmente se formam em latitudes médias e podem afetar as regiões costeiras do Brasil, também trazendo chuvas intensas e ventos fortes.

Por fim, os ciclones extratropicais se formam em latitudes mais elevadas e são comuns em áreas como o Sul do Brasil. São frequentemente responsáveis por mudanças abruptas nas condições climáticas, trazendo ventos fortes, chuvas moderadas e até mesmo neve em algumas regiões.

Como os ciclones são formados?

A formação de ciclones é um processo complexo e envolve uma interação intricada de fatores meteorológicos e climáticos. Basicamente, são formados a partir da formação de uma zona de baixa pressão atmosférica – região com pressão atmosférica menor do que as áreas vizinhas.

Um dos primeiros fatores para essa formação é a temperatura da superfície do mar. Águas oceânicas quentes, acima de 26°C, que ao se evaporarem, liberam calor, deixando o ar atmosférico menos denso do que o da superfície. Ao mesmo tempo, quanto mais úmido o ar, mais facilmente ele se eleva, resfria e forma nuvens de chuva. Isso contribui para a intensificação do sistema de baixa pressão central.

A presença de ventos em diferentes níveis da atmosfera é essencial para a formação dos ciclones. A variação na direção e na velocidade do vento com a altitude pode criar condições propícias para a rotação e o fortalecimento do sistema. O efeito Coriolis de rotação da Terra também influencia a direção desses ventos.

Assim, a baixa pressão na atmosfera formada pela temperatura das águas, umidade de ar e direção dos ventos gera uma convergência de massas de ar em diferentes altitudes. A combinação de todos esses elementos cria as condições necessárias para a formação e desenvolvimento de ciclones. No caso de ciclones tropicais, a água quente dos oceanos desempenha um papel especialmente crucial, enquanto os ciclones subtropicais e extratropicais são influenciados por uma interação mais complexa dos fatores atmosféricos.

Onde e por que afetam o Brasil?

O principal fator que torna o Brasil exposto aos ciclones dos três tipos é a geografia. Além de sua grande extensão territorial e extensa faixa litorânea, o país está posicionado numa área onde a formação do fenômeno é comum devido às águas quentes do Oceano Atlântico. Desta forma, as regiões costeiras são mais vulneráveis aos impactos devido à combinação de águas quentes e ventos convergentes.

Estados como Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que têm extensas áreas litorâneas, são frequentemente afetados por ciclones tropicais e subtropicais. Ventos fortes, chuvas intensas e tempestades podem e costumam causar inundações, erosão costeira e danos à infraestrutura nessas áreas.

Todavia, mesmo as regiões mais interiores do país podem ser afetadas por ciclones, especialmente os extratropicais. Isso ocorre porque esses sistemas podem se deslocar para o interior do país e trazer mudanças abruptas nas condições climáticas. Além do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Estados como Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais já experimentaram efeitos desses ciclones, incluindo chuvas intensas e quedas de temperatura.

A temporada de ciclones no Atlântico Sul ocorre geralmente de novembro a abril. Durante esse período, o Brasil está mais suscetível aos ciclones tropicais e subtropicais. Mudanças climáticas também estão contribuindo para uma maior variabilidade e intensidade nos ciclones em algumas regiões, aumentando o risco de eventos extremos.

Essas chuvas devem começar a partir da noite de hoje e se prolongar ainda pelo dia de sábado. É necessária muita atenção aos avisos de chuvas nos estados de São Paulo e Rio de janeiro e aos avisos da marinha sobre as condições do mar e ressacas.
Daniela Walzburiech e Tomás Petersen
Fonte: Globo Rural
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