União Nacional da Bioenergia

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Secretária de Agricultura dos EUA diz que biocombustíveis serão importantes na política energética
Brooke Rollins reafirmou seu compromisso com a independência energética e com todas as fontes de combustível
Publicado em 24/01/2025 às 09h06
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Antes de ser indicada para o cargo, Brooke Rollins foi presidente de grupo com forte apoio aos combustíveis fósseis e oposição aos biocombustíveis
Foto: Getty Images
Durante sua sabatina no Senado, em andamento na tarde desta quinta-feira (23), a nomeada para o cargo de secretária de Agricultura dos Estados Unidos, Brooke Rollins, reafirmou seu compromisso com a independência energética e com todas as fontes de combustível, incluindo os biocombustíveis. Rollins, natural do Texas e escolhida pelo presidente Donald Trump para a função, disse que pretende seguir a política energética de Trump, destacando os biocombustíveis como uma "peça importante" do atual plano de domínio energético.

"Sendo do Estado do Texas, fui uma defensora fervorosa dos combustíveis fósseis e da importância dos combustíveis fósseis na narrativa da independência energética e do domínio energético", disse Rollins durante a audiência. "Claramente, conversei com muitos de vocês de ambos os lados sobre essa questão. Serei uma secretária para toda a agricultura."

Antes de ser indicada para o cargo, Rollins foi presidente do Texas Public Policy Institute, um think tank conservador com forte apoio aos combustíveis fósseis e oposição aos biocombustíveis, como o etanol à base de milho, produzido nos Estados Unidos. À época, esse posicionamento gerou atritos entre os rodutores de combustíveis tradicionais e os defensores de biocombustíveis, com um mandato federal de mistura dividindo os dois setores, tradicionalmente de viés conservador, de energia e agricultura.

Rollins também enfatizou que, caso seja aprovada na sabatina, “fará de tudo para garantir que os produtores e as comunidades rurais prosperem”.

Entre seus principais objetivos, ela mencionou a necessidade de estreitar o diálogo com o Departamento de Agricultura (USDA), stakeholders e líderes estaduais para lidar rapidamente com surtos de doenças animais. Rollins também ressaltou a importância de modernizar a estrutura do USDA para atender melhor às necessidades dos produtores americanos, além de garantir a prosperidade das comunidades rurais.

Ela destacou que, no futuro, sua gestão focará em fortalecer programas de desenvolvimento global, promovendo mercados internos e externos robustos para sustentar a produção agrícola do país. "Será fundamental eliminar regulamentações onerosas e custosas que dificultam a inovação", afirmou. Rollins também enfatizou a necessidade de tornar os programas de nutrição mais eficazes e eficientes, como parte de sua agenda para apoiar a agricultura americana.

Deportações

Brooke Rollins afirmou em sua sabatina que apoia incondicionalmente o objetivo do presidente Donald Trump a uma “fronteira segura e deportação em escala”.

O senador democrata Dick Durbin, de Illinois, questionou a secretária sobre a mão de obra no campo, composta de aproximadamente 40% de trabalhadores sem documentação legal e suscetíveis a uma “deportação em massa”, como prometida por Trump.

Rollins acrescentou que seu compromisso “é ajudar o presidente Trump a implementar sua agenda de maneira eficaz, ao mesmo tempo em que defendo nossos agricultores e pecuaristas em todo o país, tendo ambos como prioridades-chave, o que poderíamos argumentar que está em conflito". Ela afirma que não é possível saber a porcentagem de trabalhadores sem documentação que trabalham no campo e que, à medida que as medidas de deportação forem implementadas, ela “trabalhará junto com a Comissão para encontrar soluções, além da pasta do Trabalho”.

Questionada sobre as tarifas que Trump ameaça implantar em relação ao México, Canadá e China, Rollins disse apenas que manteria o diálogo com a presidência para que o setor do agro fosse levado em conta para a decisão.

A secretária também pontuou que estão em seus planos — e de Trump — repensar as fronteiras e o estímulo ao comércio exterior, uma vez que há um déficit de US$ 45 bilhões nos Estados Unidos que, segundo ela, serão geridos através de políticas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) e pela expansão de mercados. Rollins atacou a gestão anterior, afirmando que foi um déficit obtido nos últimos dois anos por má gestão.

O senador democrata Michael Bennet, do Colorado, retrucou, afirmando que se deve a uma série de fatores que afetam o setor, como o dólar forte, uma competição com o Brasil, limitações na oferta de carne bovina e alta de preços. “Não acredito que sejam por falhas na política comercial, são dificuldades em exportar”, disse.

Além disso, apesar de afirmar que o combate a doenças animais estaria entre suas prioridades, Rollins não soube dar detalhes aos senadores, afirmando que "há muito o que eu tenho que aprender, mas isso será uma das minhas principais prioridades. Estamos focados em formar uma equipe”.

A senadora democrata Amy Klobuchar, do Estado do Minnesota retrucou que ontem (22/1), a administração Trump “anunciou que irá interromper a comunicação externa sobre saúde do CDC [Centros de Controle e Prevenção de Doenças] e as doenças animais, como a gripe aviária, e outros anúncios importantes, ajudaram a manter os produtores atualizados com as últimas informações sobre a propagação de doenças e a saúde dos trabalhadores”. Ela pediu, assim, que Rollins busque reverter a medida.

A secretária acenou, em diversos momentos, para uma união entre senadores democratas e republicanos, para que todos trabalhassem juntos e buscassem pontos de convergência.
Gabriella Weiss
Fonte: Globo Rural
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