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Tarifaço de Trump: Alckmin vai conversar nesta quinta com secretário do Comércio dos EUA
Publicado em 06/03/2025 às 08h36
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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, terá uma reunião nesta quinta-feira (7) com o ministro do Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, em meio ao aumento das tensões comerciais provocado pelo presidente norte-americano Donald Trump.

Segundo a agenda oficial, a conversa será por videoconferência, às 17h30, diretamente da Vice-Presidência da República, em Brasília.

O encontro ocorre dias após Trump anunciar novas tarifas sobre produtos importados, com impacto em diversos países — incluindo potencialmente o Brasil. Embora o país ainda não tenha sido alvo direto, medidas como a taxação do aço, do alumínio e da madeira, além de cobranças sobre produtos agrícolas, podem afetar setores importantes da economia brasileira.

Entre os pontos de atenção estão:
  • Madeira brasileira: os EUA recebem 42,4% das exportações do setor. Trump já anunciou tarifa de 25% sobre produtos florestais importados.
  • Etanol: pode sofrer com a política de “tarifas recíprocas”, já que o Brasil cobra 18% de tarifa sobre o etanol americano, enquanto os EUA taxam o produto brasileiro em apenas 2,5%.
  • Aço e alumínio: após o petróleo, são os principais produtos brasileiros exportados para os EUA e estão no radar das sobretaxações.

O Brasil é um dos maiores exportadores dos dois produtos para a economia dos EUA. Mas, até o momento, não anunciou nenhuma medida em resposta à taxação – como elevar as próprias tarifas, por exemplo.

Alckmin defende que a saída para o impasse é o diálogo e que uma das alternativas é estabelecer cotas para evitar a sobretaxa, como foi feito em 2018.

Eventuais oportunidades em meio à crise

Apesar do risco de perdas, especialistas apontam que a guerra comercial dos EUA com China, México e Canadá pode abrir espaço para o Brasil reforçar relações comerciais com outros parceiros estratégicos, como os chineses e europeus.

“As retaliações à soja e ao frango, por exemplo, podem acabar beneficiando as exportações brasileiras”, explica Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior.

O governo brasileiro busca manter um canal de diálogo aberto com os EUA, tentando minimizar os impactos do tarifaço e garantir segurança para as exportações. Segundo integrantes da equipe econômica, o ideal é uma interlocução "em tom de igualdade", preservando o espaço do Brasil como fornecedor e parceiro estratégico, especialmente em setores que geram emprego e renda no país.
Pedro Henrique Gomes e Ricardo Abreu
Fonte: g1
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