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Ministro alinha medidas para tirar taxas de exportação do radar do governo
Carlos Fávaro vai se reunir com empresários do agronegócio para avaliar ações que possam ajudar a reduzir os preços dos alimentos
Publicado em 28/02/2025 às 08h26
Foto Notícia
A cúpula do governo federal chegou a um bom “entendimento” sobre o dano que a taxação de exportações do agronegócio poderia gerar ao país, afirmaram interlocutores próximos ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

A medida, por ora, está descartada, mas a atenção foi redobrada no Ministério da Agricultura. A missão é encontrar alternativas viáveis para conter a alta dos alimentos e não dar brechas para propostas heterodoxas que ainda seguem no radar.

Fávaro vai se reunir nesta quinta-feira (27/2) com empresários do agronegócio para avaliar outras medidas que possam ajudar a arrefecer os preços dos produtos agropecuários e passará as sugestões ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em novo encontro marcado para amanhã (28/2).

O “risco” de uma ação mais intervencionista continua porque ainda persiste a dificuldade dos auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para encontrar soluções rápidas e que surtam o efeito imediato para acalmar a inflação no curto prazo, como quer o chefe do Executivo.

“Não acontecerá, a criação de cotas está descartada”, garantiu uma fonte do Ministério da Agricultura. “Esse assunto já foi totalmente vetado pelo presidente. Somos contrários a qualquer proposta desse tipo que sequer tem base legal, além de ser um completo desestímulo à produção nacional”, disse uma pessoa de outra Pasta envolvida nas discussões. “Isso seria um tiro no pé”, definiu.

A saída foi intensificar as buscas por sugestões de mecanismos eficazes contra a inflação para apresentar a Lula. Nesta quinta-feira, Fávaro vai se reunir com empresários do setor produtivo de açúcar e etanol, carnes, biodiesel e lideranças dos supermercados para discutir iniciativas para contornar o encarecimento da comida, tema que atinge em cheio a popularidade do presidente, cujos índices de aprovação estão nos piores patamares nessa gestão.

Quatro encontros, alinhados na última hora, vão consumir boa parte da agenda de Fávaro, das 11h da manhã até às 19h da noite desta quinta-feira. Os compromissos fizeram o ministro adiar viagem pré-agendada para eventos e entregas em municípios de Mato Grosso, sua base eleitoral, que começariam na sexta-feira (28/2) de manhã.

A mudança no cronograma mostra a urgência do tema e sinaliza que ele quer encontrar alternativas, na conversa com produtores e exportadores, para sepultar de vez a ideia da taxação ou outra medida que seja prejudicial ao campo. Fávaro quer avaliar a “disposição” do setor e discutir o que pode ser flexibilizado para ajudar na pauta da inflação. Os empresários devem reforçar ao ministro que os preços estão em acomodação, com a queda do dólar e a entrada da safra.

Na sexta-feira (28/2), Fávaro vai se encontrar com Lula para apresentar a avaliação do empresariado do agronegócio e sugerir opções. A definição das medidas ficará para depois do carnaval. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, também deve participar do encontro.

Há possibilidade de definição de redução temporária de tarifas de importação de alguns produtos agropecuários. A avaliação no entorno de Fávaro é que essas medidas já foram adotadas em outras ocasiões, em governos passados, e podem ajudar temporariamente, pois não são capazes de desestabilizar os negócios dos segmentos nacionais.

As fontes não citaram os itens que poderiam ser contemplados. Em janeiro, Fávaro aventou a possibilidade de cortar a alíquota para compra de milho estrangeiro, atualmente em 8%.

A reportagem apurou que existem medidas pontuais em estudo no ministério, como melhorar estímulos para financiar a produção de determinados produtos e as condições para investimentos em infraestruturas de granjas, o que poderia ampliar a oferta de aves e suínos, por exemplo. Algumas regulamentações técnicas podem entrar no pacote, como desburocratização e digitalização de processos.
 
Por Rafael Walendorff — Brasília
Fonte: Globo Rural
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